Livro de visitas

Projeto Mopec - 2011

Data: 29/11/2010 | De: Lizaldo Vieira


PROJETO:
MOPEC - 2011- 2014
Um Movimento de Referencia na Luta Em Defesa do Meio Ambiente Sergipano e Brasileiro









Objetivo:
Dotar o MOPEC de estrutura de organização
Empresarial com gestão sustentável,
Moderna, transparente auto-sustentável e participativa.







MISSÃO
”Ser uma entidade de prática
Socioambiental, tendo com foco buscar a resolução da problemática da degradação do meio ambiente, especialmente no Estado de Sergipe,
Realizando atividades sócio ambientais, próprias, particulares e oficiais através de equipes dotadas de conhecimento técnico compromisso administrativo, Profissional rumo a
Sustentabilidade dos recursos naturais






VISÃO DE FUTURO
“Ser uma entidade reconhecida como referencia exemplar no protagonismo da luta ambiental em Sergipe Ser um centro de excelência na formação de novos atores socioambientais, bem como articula politicas públicas e particulares em parcerias com centros de tecnologia de ponta no setor”.








VALORES
Ética
Transparência
Compromisso com a legalidade
Profissionalismo
Competência
Igualdeda
Liberdade
Honestidade
Sustentabilidade ambiental
Respeito à fauna, flora, recursos hídricos, biota e biosfera e aos demais recursos naturais urbanos e do campo









VALORES
(Continuidade da luta)
Responsabilidade Social Ambiental
Honestidade
Seriedade
Solidez
Credibilidade








DIRETRIZES GERAIS ESTRATÉGICAS:
Diretrizes Estratégicas
1. Auto-sustentabilidade Econômico-Financeira
2. Modernização, aprimoramento e transparência
Da gestão organizacional
3. Fortalecimento da estrutura administrativa
4. Reconstrução do ordenamento jurídico
5. Fortalecimento da estrutura patrimonial








Objetivo 1
Ações Previstas por Período
1. Levantar marco legal do MOPEC
(Fev a Set/2011)
2. Reformular o Estatuto
(Mar a Mai/2011)
3. Criar Regulamento Interno(Ago/2011 a Jan/2012





Objetivo 2:
Melhorar a estrutura de gestão,
Buscando a profissionalização
(Fev/2011 a Dez/2012)












Objetivo 3:
Buscar a sustentabilidade econômica financeira
(Fev/2011 a Mar/2013)








Objetivo 4:
Fortalecer todos os setores administrativos da entidades ,
Com foco prioritário nas ações ambientais.
(Fev/2011 a Dez/2018)












Objetivo 4
Ações Previstas por Período
1. fomentar, articular e fortalecer parcerias de base
(Fev/2011 a Dez/2017
2. Montar equipe profissional de qualidade
(Fev/2011 a Dez/2017)
3. Recuperar a imagem da luta ambiental em
Sergipe
(Fev/2011 a Dez/2017)








Objetivo 5
Ações Previstas por Período











Ações Previstas por Período:

1- Reforma dos estatutos
(fev.2011)

2- Recuperação de áreas degradadas março – (a dez 2014)
3- Adquirir- alugar sala para funcionamento do escritório administrativo (fev 2011ajul-2011
4- Construção do viveiro de mudas (jan a out.2013)





Objetivo 6
Ações Previstas por Período
1. Atuar para retorno da luta ambiental em Sergipe - (Fev/2011 a Dez/2017)
2. lutar pela criação do imposto ecológico nos municípios sergipanos (Dez/2011)
3. Implantar campanha de divulgação do
MOPEC - (Fev/2011 a Dez/2017)
1. Reformar estádio

Objetivo 7
Ações Previstas por Período
1. Avaliar desempenho da gestão do MOPEC
(Mar/2011 a Dez/2017)
2. Elaborar e implementar plano anual de gestão
Realizar formação e treinamento de colaboradores e voluntários
(Nov/2011 a Dez/2017)
3. Implantar e manter acampamento ecológico
, com equipes técnicas e
Participantes- (Out/2011 a Dez/2017)
4. Implantar política de valorização do ator socioambiental -
(Jan/2012 a Dez/2017) João Hora
(Fev a Dez/2011)
3.





MOPEC - Sergipe
Janeiro 2011!
Capa
Lizaldo Vieira

Coordenador
Geral
Academia e
2. Recuperar gramado do João Hora
(Fev a Dez/2011)
3. Adquirir equipamentos para Academia e
4. Construir galerias no estádio pa

poesia

Data: 26/11/2010 | De: Lizaldo Vieira

Ir aonde – Lizaldo Vieira
Já ando devagar
Devagar se vai distante
Porque não tenho pressa
De quem almejar
Pressa de chegar
Pressa de fingir
Pressa de tentar
Pressa de mentir
Pressa de sonhar
Pressa de ir e vir
Pra donde
Por donde
A vida tem seus recados
De bons e maus bocados
Ser feliz
É o alvo
Uns dias farta com tudo
Noutros
Enfartados ficamos
Com isso
Fico aos cuidados
Do eterno ir e voltar
Feito santo em fim de procissão
Aos trancos e barrancos
De volta pro altar
Que nem o mar e a ostra contra o rochedo
Tomando lapada por todos os lados
E é assim
Devagar se vai ao longe
De jegue
Ou de bonde
Porque de pressa
Já to farto
Inda tonto
De tanto correr
Pra vencer
Sem pegar boi voando
A gente ás vezes deve brincar de coisa tola
Conversar coisa boba
Porque a vida também é bobagem
Sendo boa
Tem tolice no meio
Tem fantasia
Quando Levada tão ao serio
Na ponta de faca
Feito serpente raivosa
Limita o exercício divã..
Onde o brilho
É a luz11 nov

Violencio no Rio de Janeiro

Data: 25/11/2010 | De: Lizaldo Vieira

Rio - Par a posso – a violência dos últimos dias
25/11/2010 12h07
Google Maps divulga mapa dos ataques no Rio
Também há o registro da reação da polícia, para conter os bandidos
Jornal do Brasil

O Google Maps divulgou, nesta quinta-feira, um mapa com o registro dos ataques no Rio, durante a onda de violência e terror, desde o último domingo, dia 21.
Na imagem é possível identificar os locais que sofreram os ataques e a reação da polícia para conter os bandidos.
Google Maps divulga mapa com registro de ataques na cidade. Foto: Reprodução
>> Clique aqui e confira o mapa
Violência
Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer) que andava em velocidade reduzida devido a uma pane mecânica. A quadrilha chegou a arremessar uma granada contra o utilitário Doblò. O ocupante do veículo, o sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva, conseguiu escapar ileso. A partir de então, os ataques se multiplicaram.
Na segunda-feira, cartas divulgadas pela imprensa levantaram a hipótese de que o ataque teria sido orquestrado por líderes de facções criminosas que estão no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O governo do Rio afirmou que há informações dos serviços de inteligência que levam a crer no plano de ataque, mas que não há nada confirmado. Na terça, a polícia anunciou que todo o efetivo foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Foram registrados 12 presos, três detidos e três mortos.
Na terça, a polícia anunciou que todo o efetivo foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Foram registrados 12 presos três detidos e cinco mortos.
Na quarta-feira, com o policiamento reforçado e as operações nas favelas, 15 pessoas morreram em confronto com os agentes de segurança, 31 foram presas e dois policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) se feriram, no dia mais violento até então. Entre as vítimas dos confrontos, está uma adolescente de 14 anos, que morreu após ser baleada nas costas. Além disso, 15 carros, duas vans, sete ônibus e um caminhão foram queimados no Estado.
Ainda na quarta-feira, o governo do Estado transferiu oito presidiários do Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio, para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. Eles são acusados de liderar a onda de ataques. Outra medida para tentar conter a violência foi anunciada pelo Ministério da Defesa: o Rio terá o apoio logístico da Marinha para reforçar as ações de combate aos criminosos. Até quarta-feira, 23 pessoas foram mortas, 159 foram presas ou detidas e 37 veículos foram incendiados no Estado.


25/11/2010 15h40
Traficantes fogem da Vila Cruzeiro durante megaoperação policial
Jornal do Brasil

Rio - Uma operação de guerra com 150 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), homens da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e 30 fuzileiros navais, além de seis carros blindados da Marinha, teve início nesta manhã na Vila Cruzeiro, na Penha. Um grupo de aproximadamente 200 bandidos foi flagrado fugindo por uma mata na parte alta no complexo da Penha. Eles chegaram sem problemas ao conjunto de favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio, na tarde desta quinta-feira. O grupo foi auxiliado por criminosos em motocicletas e carros. Por volta de 17h, a polícia informou que ocupou o alto da Vila Cruzeiro - onde não havia chegado nos últimos anos. Os policiais também já chegaram ao complexo do Alemão.
Nas imagens transmitidas pela TV, centenas de criminosos caminhavam com tranquilidade já no alto da favela do Alemão. Muitos apontavam fuzis. Através do Twitter oficial, o Bope criticou a atuação dos helicópteros das emissoras Rede Globo e Record, que rondam próximo do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio.
"Um desserviço prestado pelas aeronaves da Record e Globo ", dizia o Twitter do Bope.
Blindado em ação na Vila Cruzeiro. Foto: AFP
Ajuda da Marinha
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, enalteceu a ajuda enviada pela Marinha. De acordo com ele, os equipamentos fornecidos pelas Forças Armadas, entre veículos e fuzis, serão de grande ajuda para as operações em curso. Segundo Beltrame, a parceria com a Marinha é inédita e serve de modelo. "Por que não pode acontecer? Tem a lei da garantia e da ordem. A finalidade da lei não é o povo, não é a sociedade? Por que eu vou levar um ano para licitar equipamentos quando eles estão parados sem uso? A Marinha tomou uma decisão histórica. É algo inédito", afirmou Beltrame.
Beltrame também comentou as ações da polícia contra os ataques dos criminosos. Ele deixou claro que o combate ao crime, por meio das unidades de polícia pacificadora, é a solução para o problema da violência na cidade e deve continuar.
"A gente deu a resposta (referindo-se às UPPs). Na Vila Cruzeiro vai acontecer a mesma coisa. Não podemos desviar o foco disso. A gente tem uma proposta e quem atravessar na frente dela será atropelado", disse Beltrame.
PM diz que prioridade não é instalar UPP
De acordo com o chefe do Estado Maior da PM do Rio, Alvaro Garcia, a operação conta com 130 homens do Bope, 40 policiais militares do 16º Batalhão da PM de Olaria.
"O objetivo da operação é prender as pessoas que estão promovendo os ataques pela cidade", disse. Segundo ele, essa invasão ao Complexo de Vila Cruzeiro é por tempo indeterminado.
Questionado sobre o interesse da polícia na instalação de uma UPP no local, ele disse que esse não é objetivo no momento.
A polícia também informou que está preparando para a noite desta quinta-feira 50 rotas pela cidade, mas sem divulgar os locais, com a intenção de prender envolvidos nos ataques do Rio.
Hospital Getúlio Vargas reforça equipe
O hospital Getúlio Vargas, localizado próximo à Vila Cruzeiro, na Penha, onde o Bope iniciou operação nesta quinta-feira, reforçou sua equipe de emergência devido ao aumento de demanda na região, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Apenas na manhã desta quinta-feira, três pacientes foram internados, e nenhum tinha previsão de alta até as 11h50. Na quarta-feira, 21 moradores de comunidades locais deram entrada no hospital, e quatro deles morreram à tarde.
O caso mais grave era o de Reginaldo Dias Peixoto, 36 anos, que deu entrada no hospital após receber um tiro na cabeça. Ele passou por cirurgia e já está em estado regular, em leito pós-operatório. Bárbara Carolina Oliveira Silva, 16 anos, havia sido alvejada nas costas. Ela foi operada e está internada na enfermaria, onde passa bem.
Gerson Rodrigues de oliveira, 26 anos, deu entrada no hospital com um tiro no braço esquerdo. Ele também foi operado e passa bem. Os outros 14 pacientes da região que deram entrada na quarta-feira, após serem atingidos por tiros ou feridos por estilhaços de granadas, já receberam alta.
O secretário Estadual de Saúde do Rio, Sérgio Côrtes, visitou o hospital na manhã desta quinta-feira. De acordo com a secretaria, Cortês sempre circula pelas unidades de saúde, e a visita não tem relação com a operação iniciada pelo Bope nesta manhã.
Marinha divulga nota de apoio ao governo do Rio
A Marinha divulgou nota oficial sobre o apoio ao governo do Rio. Confira a nota na íntegra:

''Em face dos recentes problemas de Segurança Pública ocorridos no Estado do Rio de Janeiro, a Marinha do Brasil (MB) está prestando, a partir desta data (25 de novembro), apoio logístico ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, conforme solicitado ao Ministro da Defesa. Trata-se de cessão temporária de uso de material logístico e transporte, em apoio às Operações Policiais no Rio de Janeiro, em atendimento aos requisitos operacionais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ).
Serão empregadas viaturas blindadas e suas respectivas guarnições para operá-las. Os efetivos da MB serão limitados às tripulações que conduzirão as viaturas.
Foram disponibilizados, inicialmente, para prestar apoio logístico de transporte ao Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da PMERJ, os seguintes meios do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil: Viaturas Blindadas sobre Lagartas M-113, Viaturas Blindadas sobre rodas PIRANHA e Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf)''.

25/11/2010 10h50
Para ex-Bope, UPP funciona e Rio vive "agora ou nunca"
Dayanne Sousa
O ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e roteirista dos dois filmes Tropa de Elite, Rodrigo Pimentel, diz que o Rio de Janeiro passa por um momento de "agora ou nunca" na reação à onda de violência dos últimos dias. "É um momento único na história do Rio de Janeiro", diz otimista. Crítico da repressão violenta ao tráfico, ele defende as invasões de favelas e policiamento nas ruas que foram intensificadas desde os ataques que começaram no domingo (21).
Pimentel reforça a declaração do secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, para quem os ataques são uma reação de traficantes ao processo chamado de pacificação das favelas. As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) se instalaram de forma permanente em favelas da capital carioca e, para Pimentel, diminuíram o poder do tráfico.
Um dos autores do livro Elite da Tropa, Pimentel e sua experiência no Bope inspiraram a criação do personagem capitão Nascimento, dos filmes. Lembrando de sua atuação na polícia, ele ressalta:
Homens do Bope em operação na Penha. Foto: AFP
- Quando eu era da polícia, tinha a nítida sensação de estar enxugando uma pedra de gelo. Eu nunca fui otimista em 12 anos de polícia e hoje eu sou otimista... Se isso aí não fizesse parte de um pacote mais completo de segurança, eu diria que é a repetição de um ciclo que a gente já conhece. Mas não é isso.
Leia a entrevista na íntegra.
Você acha que esses ataques são coisa de "traficante emburrado", como disse o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame?
Rodrigo Pimentel - É evidente que é. As ações de terror que visam à promoção do medo e do pânico, de muita visibilidade e que não tem intenção nenhuma de lucro, são ações de terror. São ações de reação não só às UPPs, mas a toda a política de segurança pública do Estado. A UPP é, sim, o carro chefe, é o que está dando mais prejuízo para o bandido. Mas veja só... desde que o governador Sérgio Cabral assumiu, além da pacificação, tem também o encaminhamento de bandidos para fora do Estado. Tem ainda o indiciamento e investigação de familiares de presos. Os familiares que enriqueceram ilicitamente estão sendo investigados e denunciados pelo Ministério Público. Isso provoca no tráfico revolta. Todo mundo dizia que essa UPP era esquisita porque os bandidos não reagiam. Taí a prova de que não era nada esquisito. A UPP é realmente eficaz e tira o território do tráfico. A reação é essa aí...
As UPPs foram implantadas como um contraponto ao policiamento que combate o tráfico com mais violência. Mas aumentaram o policiamento nas ruas e as operações do Bope em favelas. A polícia divulgou nesta quarta que já foram mais de vinte mortos nessa reação aos ataques. Não corremos o risco de regredir?
É importantíssimo isso. Não é a volta da política de enfrentamento. Na verdade é uma consolidação da UPP. O governo do Estado persegue a pacificação como um caminho mais viável e mais inteligente como a única política de segurança pública do Estado - porque até então não havia nenhuma. Se existe uma reação dos traficantes a essa política de pacificação, é evidente que você tem que estancar essa reação. E para estancar essa reação, é operação em favela, sim!
Isso seria momentâneo?
Eu sempre fui um crítico desde tenente, de capitão... Eu sempre fui um crítico contundente da operação em favela. Eu sempre achei uma ação desnecessária e ineficaz, que não tinha o menor motivo. Porque você entrava na favela e saía. E aquilo não tinha fim nunca. Aí surge a UPP que entra na favela e permanece. De fato, funciona. Mas essa política de enfrentamento momentânea é para estabelecer e consolidar o processo de pacificação. Os marginais estão saindo de favelas já identificadas para efetuar pânico no Rio de Janeiro. Para queimar ônibus, matar pessoas... Então a polícia tem sim que invadir esses redutos e tomar esses traficantes. Tem que criar uma zona de desconforto para que eles não possam mais operar essas ações. Além de intensificar o policiamento nas ruas, a polícia tem que voltar às favelas e atacar esses redutos, esses sujeitos. Não tem jeito. É um caminho sem volta. É agora ou nunca. O Estado não pode ser refém, não pode se ajoelhar, não pode recuar um milímetro.
A população não sofre com isso?
Isso não é uma vontade do governo do Estado, não. É uma vontade da população. Todas as pessoas nas ruas estão solidárias às ações da polícia. Nós vamos viver no Rio de Janeiro nos próximos cinco ou seis dias, um pouco de medo, de estresse em sair à noite, de preocupação com o filho na escola. De "será que eu posso ir à faculdade porque a minha aula termina a noite?". Nós vamos viver um desconforto nos próximos dias, mas se for isso o preço para que a política de pacificação funcione, que seja pago. Está muito claro que isso é um momento. Não é uma política para sempre. É um momento. A política é a pacificação. O que a gente está vivendo agora é um momento importante para a pacificação.
Isso não pode virar um ciclo de ataques de traficantes e reações mais ostensivas da polícia?
Não. Na queda de braço com o Estado, o Estado ganha. Com todos os traficantes que o Comando Vermelho dispõe no Alemão e no complexo da Penha, o Estado já provou que consegue entrar lá. Então, nessa queda de braço quem vai sair perdendo é o traficante. E perde várias vezes. Perde porque a Justiça já entendeu que ele não pode mais ficar no Rio. Ele é uma ameaça à sociedade cumprindo pena aqui. Ele perde em cumprir pena num lugar mais distante, perde em ter seu reduto atacado pela polícia... Sinceramente, eu sou otimista. Se isso aí não fizesse parte de um pacote mais completo de segurança, eu diria que é a repetição de um ciclo que a gente já conhece. Mas não é isso.
Sobre a prisão em outros Estados, o secretário Beltrame informou que há indícios de que a ordem para os ataques tenha vindo do traficante Marcinho VP, de um presídio no Paraná...
Sim, você tem ataques que vieram do Paraná. Mas vieram em função de prerrogativas que os presos possuem no Brasil, de visita a vítimas, acesso a advogados e tal. Uma forma punitiva para eles agora é que eles sejam retirados do Paraná e sejam enviados a um presídio mais longe. Nesse intervalo, eles vão perder semanas de acesso a advogados e a familiares. E isso já descordena as ações reativas desses bandidos.
As UPPs estão instaladas, em sua maioria, na Zona Sul enquanto que investigações apontam que esses ataques estão vindo de outras regiões, da Zona Norte. O processo de pacificação não precisa ser expandido?
É. A UPP começou na região hoteleira da cidade, na região mais nobre e que tem potencial turístico. E isso é evidente em qualquer lugar do mundo. Não é privilégio para os ricos, até porque a UPP beneficia ricos e pobres. A UPP começou na região de Ipanema, Copacabana e Leme. Depois ela foi expandida. Ela já chegou, sim, à Zona Norte. Toda a região da grande Tijuca - que é um bairro de classe média - já está pacificada. E agora ela avança para uma região mais pobre. Já começou no Morro do Macaco, já entrou para o Morro do São João e está caminhando para o Morro da Matriz. Ela já está avançando para uma região... Agora, está longe do subúrbio da Leopoldina ainda, que é essa região que estamos falando da Penha. Está longe, mas ela vai chegar lá. Tanto vai chegar que a reação do bandido é em função disso. É o medo da aproximação da UPP do seu domínio territorial.
Entendo...
Deixa eu falar uma coisa. Eu nunca na minha vida deixei de criticar a política de segurança pública. Eu cheguei onde cheguei onde cheguei - no filme Tropa de Elite, no livro Elite da Tropa - porque cheguei criticando. Mas esse momento que eu vivo hoje da minha vida é um momento único na história do Rio de Janeiro. Eu não tenho nenhuma ligação partidária com o Sérgio Cabral. A gente tem que fazer uma opção: Essa porra tem que dar certo! Se isso não der certo minha amiga... Nós já testamos vários remédios e nada funcionou. O que a gente não testou ainda é a ocupação territorial permanente. Estamos testando e está funcionando. É necessário.
Já que você destaca esse seu posicionamento crítico, o que mudou desde o seu tempo na polícia?
Quando eu era da polícia, eu tinha a nítida sensação de estar enxugando uma pedra de gelo. A gente matava bandido e invadia favela sem ter uma luz no fim do túnel de melhora. Hoje em dia, fora da polícia, eu vejo com muito otimismo o futuro do Rio de Janeiro. Então essa é a melhor mudança. É o otimismo. Eu nunca fui otimista em 12 anos de polícia e hoje eu sou otimista. E olha que eu sou muito mais crítico agora do que eu era anteriormente.


Ações precisam ir além da repressão ao tráfico, diz FHC
Qui, 25 Nov, 02h50
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) disse hoje que a onda de violência no Rio de Janeiro, que registrou ontem dezoito mortes, entre elas a de uma estudante de 14 anos, é uma reação às ações que o governo vem adotando no combate ao tráfico de drogas. "Isso o que está acontecendo no Rio de Janeiro é uma reação ao fato de que o governo está fazendo alguma coisa", afirmou. "Sei que está havendo um certo esforço para se controlar o tráfico, mas o que está havendo até agora é simplesmente retirar o tráfico dos morros. Não se está realmente lidando com a questão da droga e da criminalidade de maneira mais geral."

A questão, segundo ele, é que não basta retirar os traficantes dos morros nem apenas focar as ações à repressão ao crime. "A droga tem de ser discutida de uma maneira mais ampla. Enquanto não se entender que boa parte da questão da droga tem a ver com a proibição, por exemplo, da maconha, e tem a ver com a falta de tratamento; enquanto não se induzir as pessoas a entender que a droga é também uma questão de saúde, e não apenas de repressão; enquanto não se diminuir o consumo, você vai ter gente se arriscando e fazendo tráfico", afirmou.
Na avaliação do ex-presidente, é preciso ampliar as campanhas e ações que visam à diminuição do consumo e à ampliação da assistência médica aos usuários. "Isso não está sendo feito. Estamos ainda na primeira etapa, na posição de repressão, que é importante, já que você não pode deixar que o tráfico tome conta, mas não é suficiente", defendeu. As afirmações do tucano foram feitas em entrevista coletiva, em São Paulo, após participar do 2º Fórum CardMonitor de Inteligência de Mercado.

Japaratuba

Data: 21/11/2010 | De: Lizaldo Vieira

O índio Japaratuba que deu nome ao município sergipano

A história desse município é contraditória até na definição do nome. Para alguns historiadores, como Pirajá da Silva, Japaratuba vem de yapara + tupa, que quer dizer “sítio onde existe abundância de arcos”. Para outros, como Pascoal D'Ávila, o nome quer dizer “rio de muitas voltas”. Já outra corrente, inclusive a do historiador japaratubense Antônio Wanderley, o nome quer dizer “muito terreno arenoso à beira mar”. Escolha a sua e vamos adiante. Duas certezas: Japaratuba vem do tupi e é o nome do rio.
Conta a história que, por volta de 1590, quando Cristóvão de Barros chega definitivamente para se apossar de Sergipe, muitas guerras foram travadas contra os índios. Sabedor que as fortes colunas de Cristóvão tinham dizimado nações inteiras no sul do Estado, o cacique morubixaba Japaratuba teria se rendido ao português antes de qualquer conflito. Essa versão também é contestada. Mas se sabe que depois da ?adesão' de Japaratuba às tropas de Cristóvão de Barros, o cacique Pindayba, um exemplo de resistência, foi trucidado na Ilha de São Pedro de Porto da Folha.
Posses e Frei João
Ainda nos primeiros anos da conquista, foram doadas grandes quantidades de terras no regime de sesmarias. No dia 15 de julho de 1623 as terras que ficam “entre o Rio Seregipe e o Japaratuba” foram repassadas para Bernardo Corrêa Leitão, Francisco de Souza e Antônio Fernandes Guindastre. Curiosamente, o capitão Pedro Barbosa Leal e Paulo de Matos receberam também a mesma sesmaria entre os rios, todos os dois em meses diferentes do ano de 1691. Se os índios eram tão pacíficos por que os portugueses tinham dificuldades de se estabelecer nessas terras?
Em 1698, alguns frades tentavam catequizar os índios, entre eles frei Antônio da Piedade. Por volta de 1704, religiosos da Irmandade dos Carmelitas Calçados chegaram àquelas terras sob o domínio do cacique Japaratuba. O grupo era liderado pelo frei João Batista da Santíssima Trindade. Num local chamado de Canavieirinhas, os religiosos encontram os índios da nação Boimé. Mas logo que chegaram foram acometidos pela varíola que assolava a região. Os religiosos, índios e colonos sobreviventes, se mudaram para a parte mais alta chamada de ?Alto do Borgardo' ou ?Lavradio', um morro que hoje ainda fica nos fundos da igreja matriz. Essa transferência de local recebeu o nome de Missão de Japaratuba.
Na colina “segura”, frei João deu início à construção de um convento e de uma igreja. Ela foi erguida e sugestivamente invocada à Nossa Senhora da Saúde de Japaratuba, certamente traduzindo um brado de socorro enviado à Virgem contra a moléstia que fazia inúmeras vítimas. Ao lado do convento e da igreja, algumas casas foram levantadas e a Missão de Japaratuba passou a ser conhecida. Por causa dos rios e das terras férteis, alguns engenhos de cana-de-açúcar foram montados.
Expulsão e Renascimento
Expulsos de Portugal e depois do Brasil, pela lei de Marquês de Pombal, os religiosos deixaram Japaratuba. Nada mais de catequeses nem de brancos, nem de índios. O cultivo das terras praticamente terminou. O convento ficou abandonado e depois foi transformado num cemitério. Mas os efeitos da presença holandesa foram logo sanados. Com uma posição estratégica e de posse de rios navegáveis e fundamentais para o desenvolvimento, Japaratuba volta a crescer, ou melhor, renasce para um grande progresso.
Em 2 de janeiro de 1811, o povoado já era considerado Distrito Administrativo. Um dos responsáveis pela Missão dos Índios e o Hospício dos Carmelitas de Japaratuba era frei José Marcolino. No dia 27 de junho de 1854, o presidente da Província de Sergipe, Inácio Joaquim Barbosa, transforma o distrito em Freguesia de Nossa Senhora da Saúde de Japaratuba. Em 2 de agosto de 1858, o bispo da Bahia confirma a existência da freguesia e empossa o seu primeiro vigário, o padre Domingos Henriques de Lima. Ele morreu em 1896 e seus restos mortais estão sepultados no altar-mor da matriz.
No dia 11 de agosto de 1859, a freguesia era elevada à categoria de vila, libertando-se do município de Capela. Só em 24 de agosto de 1934, a sede do município se transforma definitivamente em cidade e ainda passa a ser comarca de Japoatã e Carmópolis.
Fonte: Site Mendonça Prado – maio 2010

Serigi

Data: 21/11/2010 | De: Lizaldo Vieira

Serigy o grarde guerreiro Sergipano
O Cacique Serigy lideroi seu povo desde o Rio Vasa-barris até o Rio Sergipe. até a data da ocupação portuguesa em 1590. Sergipe era portanto um território verdadeiramente indigena, comandado por Serigy. Segundo conta a história ele comandou esta região indigena por cerca de 30 anos, tendo em diversas oportunidades derrrotado tropas militares portuguesas que aqui chegavam na tentativa de domina-los e de fundar cidades para fixar caminhos seguros até a foz do Rio São Francisco. Serigy, alem de indio e destemido guerreiro era o líder incontestável do espaço territorial sergipano. Com os piratas franceses, mantinha boas relações de trocas em mercadorias e, desse relacionamento aprendeu a desenvolver estratégias de guerra que muito complicava as pretensões portuguesas de invadir a região. Até armas de fogo os franceses cederam a Serigy no intuito de impedir o intento portugues. E foi assim que Serigy estruturou uma forte milícia indígena formada com os jovens guerreiros de sua tribo,que era reforçada com outros guerreiros adquiridos por seus irmãos Siriry e Pacatuba, sendo este ultimo cacique da região do Japaratuba. Supostamente esta formação indígena continha uma população aproximada de cerca de 20 mil indios, tendo uma linha deles 1800 indios mobilizados e treinados para defesa territorial contra os pretensos invasores portugues. Havia ainda um segundo agrupamento de guerreiros em constantes treinamentos visando substituir os mortos na linha de frente da batalha, contendo esse contingente cerca de mais 1000 indios. Estes guerreiros eram escolhidos diretamente por Serigy e seus comandados, dentre aqueles mais fortes e ágeis no manejo das fechas, zabaratanas e armas de fogo. Para conquistar o temível cacique Serigy foi necessário Portugal formar uma esquadra de guerra, comandada por Cristóvão de Barros, a mando do Rei Felipe que a época comandava Portugal e Espanha. Apesar de derrotado e morto Serigy deixa para a posteridade um legado de coragem e amor por seu povo e o território dos seus antepassados, considerado um verdadeiro paraiso pelas suas belas praias, pescarias e colheitas diversificadas. As tropas portuguesas praticamente dizimaram quase toda a tribo, executando e prendendo milhares de índios, porem os custos e as baixas portuguesas foram tão acentuadas que arrepiaram até mesmo o rei de Portugal e Espanha. Segundo a lenda o próprio Cristóvão de Barros desejava evitar os confrontos sangrentos, negociando com Serigy a permissão dele para a fundação de uma cidade portuguesa as margens do Rio Sergipe, com a conseqüente colonização. Serigy teria rejeitado o acordo porque para ele colonização significava escravização de seu povo. Assim, em janeiro de 1590, após quase um mes de batalha desigual, porem sangrenta, cessa a existência de uma tribo que realmente soube se impor contra o colonizador. Por certo Serigy esteve na recordação de Cristóvão de Barros pelo resto de seus dias.
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/wiki/Serigy"

O indio em Sergipe

Data: 21/11/2010 | De: Lizaldo Vieira

OS ÍNDIOS EM SERGIPE
OS ÍNDIOS EM SERGIPE

Por: Marcos Santos Silva.

A autora levanta em seu texto pontos importantes sobre os povos indígenas que habitavam no território sergipano, dando um enfoque maior aos povos Tupinambá, devido à existência mais completa de fontes sobre sua existência em relação aos outros povos indígenas que viveram no território Sergipano.

O texto traz o elemento da pluralidade destas sociedades, levando em consideração a grande diversidade de povos e línguas faladas, presentes num mesmo território, onde muitas destas línguas foram extintas com seus povos. Em relação ao território de cada tribo, apresenta-se da seguinte forma: Os Tupinambá dominavam a faixa do litoral Sergipano, os Kiriri mais ao Sul de Sergipe, os Boimé, Kaxagó, Katu, Xocó, Romari, Aramuru e karapotó ao Norte de Sergipe próximo ao Rio São Francisco.

As relações sociais e de trabalho são diferentes entre as tribos e variam de acordo com seus costumes, os Tupinambá, por exemplo, uniam-se por laços de parentesco, alianças matrimoniais e atividades guerreiras. Nas aldeias as famílias viviam em malocas e cada maloca era representada por um chefe, que por sua vez se reunia com os chefes das outras malocas na tomada das decisões. O território da tribo era de uso comum, mas as roças cultivadas e os instrumentos pertenciam às famílias ou ao indivíduo que os produzia.

A divisão do trabalho entre os Tupinambá era feito a partir do sexo, as mulheres desempenhavam alguns tipos de atividades, como os cuidados com as malocas, com o plantio, cultivo, colheita, coleta e preparo de alimentos, com o auxilio nas pescarias, com a fabricação de redes, cerâmicas e bebidas, com a fiação do algodão e o cuidado com os animais domésticos, sendo que as mulheres velhas ainda recolhiam flechas para os guerreiros nas lutas.

Os homens em contrapartida derrubavam a mata, preparavam o solo para o plantio, caçavam, pescavam, fabricavam canoas, instrumentos de guerra, adornos, obtinham fogo, cortavam a lenha faziam a guerra e construíam as malocas. O chefe da tribo o “Principal” desempenhava as atividades como os demais índios.

Todos os alimentos produzidos, coletados, caçados ou pescados pertenciam a família que os produziu, mas a depender da época ou da escassez de alimentos, estes podiam ser divididos para atender as necessidades de todos, pois a generosidade era uma das formas de conseguir prestígio no grupo.

O casamento constituía um elo social importante, pois mantinha as alianças já existentes e se ampliava em novas alianças, que propunham a paz e a cooperação mútua. Os casamentos também podiam ser desfeitos e o homem a depender de seu prestígio perante o grupo poderia ter várias esposas, mas para poder casar-se o homem Tupinambá deveria ter morto pelo menos um indivíduo em guerra, sendo esse o seu rito de passagem para a vida adulta.

A guerra era uma oportunidade de vingar seus parentes mortos, de obter prestígio, de reafirmar seu território, de ser o rito de passagem para os Tupinambá mais jovens e de obter prisioneiros de guerra para serem sacrificados em rituais que fortaleciam as alianças com as tribos amigas.

Em relação ao colonizador, se as tribos reagissem ou atrapalhassem seus interesses, este passava a destruir as tribos, subjugá-las ao seu domínio ou até mesmo dizimá-las totalmente. E com a chamada “Guerra Justa”, os portugueses encontraram um subterfúgio legal para declarar guerras e obter escravos para o trabalho, contando com o auxílio de índios de tribos rivais para dizimar e escravizar outras tribos, incentivando os índios a guerrearem entre si, promovendo massacres, mas proibindo a antropofagia e os rituais indígenas, a exemplo a guerra de 1590 em Sergipe, onde há relatos que sob o comando de Cristóvão de Barros havia cerca de 3000 índios, seus prisioneiros foram levados para Bahia e escravizados.

Os missionários e os colonos tinham suas divergências, mas seus interesses eram os mesmos, pois ambos queriam escravizar os índios e tomar as suas terras, cada um a sua maneira. Com esse processo de perda de seus territórios, os índios foram levados para aldeamentos, onde ficavam sob a tutela de missionários e em conjunto a esse processo houve um outro o de promover casamentos entre brancos, índios e negros, nos aldeamentos, fazendo com que ao passar dos anos muitos dos aldeados perdessem suas características de biotipo, levando os índios a um novo estágio da opressão, a perda de suas terras pela força de uma lei chamada Lei de Terra de 1850, onde determinava que os índios que não possuíssem características indígenas deveriam perder suas terras.

Em Sergipe no ano de 1853, o Presidente da Província José Antônio de Oliveira Silva, pede ao Imperador a extinção da Diretoria Geral dos Índios em Sergipe, decretada extinta em 06 de abril de 1853. Com isso Sergipe passou a afirmar a inexistência de índios em seu território, amparado na lei iniciou a tomada de suas terras e deixou de ter obrigações para com a manutenção dos índios aldeados.


DANTAS, Beatriz Góis. Os Índios em Sergipe. Textos para a história de Sergipe. Aracaju. 1991. p. 19-56.
ENFORCADOS: “HISTÓRIA DO ÍNDIO EM SERGIPE”

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João Paulo Araújo de Carvalho • Nossa Senhora das Dores, SE
3/6/2007 • 114 • 3

“Enforcados”, povoação que deu origem ao atual município de Nossa Senhora das Dores , remonta à idéia do enforcamento de alguns gentios que habitavam aquele local, idéia esta considerada durante muito tempo como uma lenda, a “lenda dos Enforcados”.

Sendo assim, o objetivo deste é mostrar que Enforcados não foi lenda, mas “História do Índio em Sergipe”, História esta marcada pela violência da colonização européia em solo indígena, pelo genocídio e pelo etnocídio. Desta forma, basearemo-nos nas obras de Ariosvaldo Figueiredo, Beatriz Góis Dantas, Capistrano de Abreu, Clodomir Silva, Felisbelo Freire, Frei Vicente do Salvador, dentre outros, mostrando assim que, diferentemente do que apregoou o Professor Severiano Cardoso, seguido por outros autores, Enforcados não se trata uma lenda, mas de um símbolo da resistência do nativo das terras de Cirigype contra o avanço colonialista europeu.

Entre os dias 13 e 31 de março de 1904, o Professor Severiano Cardoso publicava no Jornal “O Estado de Sergipe”, do qual era redator-chefe, uma série de fatos lendários que se perpetuaram no imaginário popular sergipano. Em 1961, para que estas fábulas tivessem “maior divulgação e perenidade na memória pública”, o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGS), dava a referida publicação em sua Revista. Vejamos o que escreveu aquele professor sobre “Enforcados”:

“Dizem pessoas antigas que o nome Enforcados, primitivo da Vila de N. S. das Dôres, tem origem na seguinte lenda (grifo nosso): em tempos remotos consta terem sido enforcados alguns gentios que habitavam na freguezia, lugar de nome Gentio.

Mais tarde, indo alguns missionários pregar Missão na Vila, substituiu o nome pelo de N. S. das Dores, sendo castigado com pena de excomunhão aquêle que repetisse propositadamente o antigo nome” (CARDOSO, 1961, p. 87).

Recorrendo ao Aurélio, procuramos o significado do vocábulo “lenda” e encontramos a seguinte proposição: “1. Tradição popular. 2. Narração de caráter maravilhoso, em que os fatos históricos são deturpados pela imaginação do povo ou do poeta, legenda. 3. Ficção, fábula.” (FERREIRA, 2000, p. 422)

Partindo desta idéia, entendemos que a “divulgação e perenidade na memória pública” da lenda dos Enforcados tende a esconder o que representa esta palavra, sinônimo da resistência ao domínio de uma classe sobre a outra, ao domínio de uma cultura sobre a outra, ao genocídio e ao etnocídio aos quais foram submetidos ao longo dos séculos de colonização/exploração os nossos primeiros habitantes. Pois, como se referiu Ariosvaldo Figueiredo a cerca deste fato, “A lenda faz parte das idéias dominantes. Lenda, para a cultura oficial, é aquilo que o povo vê, sabe, sofre e diz” (FIGUEIREDO, 1981, p. 9).

Sendo assim, vemos que se faz necessário construir, como bem lembrou Michel Foucault, uma nova “vontade de verdade” que traga à tona uma nova interpretação dos fatos, mais próxima da realidade, e que não esconda a História por meio da idéia de que esta fora uma lenda, uma ficção, uma fábula, algo que só existe no imaginário popular.

Para começarmos a construção dessa nova “vontade verdade”, é de fundamental importância analisarmos a “Conquista de Sergipe”, guerra empreendida pelo colonizador português contra o indígena de Cirigype e finalizada em 1590, quando Cristóvão de Barros fundou a cidade de São Cristóvão, dando início à colonização/exploração daquelas terras.

Esta “Conquista” teve início em 1575, quando os jesuítas Gaspar Lourenço e João Salônio empreenderam Missão catequizadora àquele território, fundando aldeias e erigindo igrejas , que teriam por função a conversão do gentio. No entanto, esta empreitada foi frustrada pela presença de soldados entre os religiosos, o que fez com que estes perdessem a confiança dos naturais, abortando-se assim a tentativa de conquista pela fé.

Após a experiência de domínio pelo evangelho, recorreu-se, contra o gentio de Sergipe, às armas. Ainda em 1575, o Governador da Bahia vai comandar expedição conquistadora àquelas terras, “fazendo guerra implacável aos índios, aprisionando uns, afugentando outros, devastando aquelas comarcas, por simples desfastio destruidor”, como afirmou Capistrano de Abreu em seu Capítulos de História Colonial. (ABREU, 2000, p. 84)

Entretanto, mesmo saindo vitorioso, Luís de Brito e Almeida não deixará bases sólidas para a colonização naquele local, o que será entregue ao abastado fazendeiro do recôncavo baiano Garcia D´Ávila, que deveria iniciar ali a criação de gado, mal sucedida graças à resistência nativa. Assim sendo, a obra colonial portuguesa em Sergipe vai ficar abandonada até 1590, dando espaço aos franceses, antigos aliados dos gentios. Vale lembrar ainda que, a partir de 1580, Portugal está sobre o domínio político da Espanha devido à União Ibérica (1580-1640).

Desta forma, em 1588, Felipe II da Espanha – e I de Portugal – volta os olhos para aquela localidade e determina, por meio de Regimento, que seja feita “guerra ao dito gentio”, mandando “castigá-lo e lançá-lo fora da terra” (FIGUEIREDO, 1981, p. 46). Estava decretada, assim, “guerra justa” contra os índios de Sergipe, fato que será consumado entre os anos 1589 e 1590.

Mas, o que motivou este empreendimento, que ficou conhecido como “Guerra de Sergipe”?

Para Felisbelo Freire, deveu-se à necessidade de ligação entre os dois pólos da colonização portuguesa no Brasil, a Bahia – o centro político – e Pernambuco – o centro econômico -, e como conseqüência da expansão colonizadora baiana para o norte (FREIRE, 1891, p. 3 e 1995, p. 15). Além do mais, acrescenta Pires Wynne, a ameaça estrangeira, principalmente francesa, fez com que os homens do governo voltassem os olhos para o problema da colonização, pois, os francos, confirma Clodomir Silva, aproveitando-se do estado de abandono que se encontrava a obra colonizadora e sabedores das riquezas ali existentes, mantinham intensas relações comerciais com os nativos e, inclusive, pretendiam ali fixar-se (WYNNE, 1970, p. 41 e SILVA, 1920, p. 8).

Em Da Bahia a Pernambuco no século 16, o Professor Pedro Abelardo de Santana mostra as dificuldades enfrentadas pelos que se arriscavam a fazer a rota Bahia-Pernambuco ou vice-versa, seja por mar ou por terra ou mesclando ambas as formas. Viajem esta que durava de quatro dias a até três meses, a depender das condições climáticas e das monções (direção dos ventos), e que tinham motivações religiosas (fundação de aldeias e visita de padres), econômicas (captura de nativos, “guerra justa” e intercâmbio comercial) e político-militares (combate aos invasores de outras nacionalidades). (Ver: SANTANA, 2003).

No entanto, para Ariosvaldo Figueiredo, em seu Enforcados: o índio em Sergipe, no qual analisa este empreendimento no viés da questão indígena, “o que existe, simplesmente, é ambição colonialista, ambição que gera a ação militar, a guerra de Sergipe. Mais uma” (FIGUEIREDO, 1981, p. 48). Deste modo, o conflito seria fundamentado na busca por terras – que para o autor já estavam divididas antes da batalha -, riquezas e escravos, neste caso, escravos indígenas, os “negros da terra”. Pois, como citou Frei Vicente do Salvador, “sendo guerra tão justa, dada com licença de el´Rei, esperavam trazer muitos escravos” (SALVADOR, 1982, p. 96).

“O índio era então largamente utilizado como mão-de-obra escrava nas povoações portuguesas e nos engenhos que se espalhavam pela costa, particularmente para Bahia e seu Recôncavo. À medida que se expandiam os engenhos, aumentava a busca de escravos, que no século XVI eram sobretudo índios, mais tarde substituídos pelos africanos”. (DANTAS IN: DINIZ, 1991, p. 33)

Afinal, como afirmou Fernando Novais, ao iniciar-se a valorização econômica do território, a visão paradisíaca dos primeiros contatos foi logo dando lugar à “guerra justa” e a outros meios de preação do braço ameríndio, que deveria destinar-se ao trabalho compulsório nos empreendimentos europeus no além-mar. (NOVAIS IN: MOTA, 1995, p. 60)

A “guerra justa”, como entendeu Berta Ribeiro, estudiosa do Índio na História do Brasil, era uma forma de os portugueses ganharem a lealdade dos gentios amigos, eliminando seus inimigos, proteger os interesses dos colonos (que ganhariam terras e escravos) e destruir as “tribos” hostis . Para ela, a questão da escravidão do nativo teve como marco

“a vinda de Martim Afonso de Souza em 1531 e 3 anos mais tarde a divisão do Brasil em Capitanias Hereditárias, [quando] tem lugar a modificação das tranqüilas relações entre portugueses e índios. Já então, o escambo de produtos se torna inadequado, assumindo importância cada vez maior o uso do mesmo sistema para conseguir trabalho”. (RIBEIRO, 1983, p. 33)

Levando-se em consideração o argumento do autor de Enforcados, recorremos novamente à obra do Frei Vicente do Salvador, onde o religioso descreve as duas tentativas de conquistar Sergipe pelas armas (1575 e 1590). Lá, encontraremos as seguintes afirmativas: quando da primeira incursão, comandada por Luís de Brito, este “alcançou vitória, queimando-lhe as aldeias, matando e cativando a muitos”. Referindo-se à empreitada de Cristóvão de Barros, finalizada em 1590, ele é mais enfático ainda, ao citar que este lutou contra cerca de 20.000 (vinte mil) naturais, comandados por Baepeba, o que culminou com a morte de 1.600 (mil e seiscentos) gentios, tendo ido com ele para a Bahia 4.000 (quatro mil) destes na condição de escravos e tendo embrenhado-se nos sertões, para fugir deste genocídio, outros milhares. (SALVADOR, 1982, p. 63 e 96)

Sendo assim, como vimos em Figueiredo, a questão não pode ser simplificada apenas na expulsão dos franceses e na ligação entre Bahia e Pernambuco, mas deve levar-se em consideração a “ambição colonialista”, pois, esta “tão justa guerra” traria benefícios práticos como terras e mão-de-obra para os empreendimentos a serem ali implementados. Então, afirma o escritor malhadoense, era necessário ao português ocupar e defender as terras que receberam, desde antes de 1575, por meio de sesmarias. (Remeter a FREIRE, 1995, p.15) Além disso, Felipe II, que determinou a Barros conquistar Sergipe, era conhecedor da existência, naquelas paragens, de salitre que, no século XVI, era mais importante que o pau-brasil, pois, necessário à fabricação de pólvora, era por Portugal exportado da Holanda e de outros países europeus.(FIGUEIREDO, 1981, p. 47)

Desta maneira, finalizado o conflito em 1590 e

“Alcançada a vitória, e curados os feridos, armou Cristóvão de Barros alguns caravelões, como fazem na África, por provisão de el-rei, que para isso tinha, e fez a repartição dos cativos, e das terras, ficando-lhe de coisa e de outra muito boa porção, com que fez ali uma grande fazenda de currais de gado, e outros a seu exemplo fizeram o mesmo, com que veio a crescer tanto pela bondade dos pastos, que dali provém de bois os engenhos da Bahia e Pernambuco, e os açougues de carne.” (SALVADOR, 1982, p. 97)

É na repartição das terras que encontraremos a primeira referência a Enforcados povoação “que tão célebre nome deixou na História de Sergipe”, como afirmou Silva Lisboa. Trata-se de carta de sesmaria datada de 04 de outubro de 1606, onde Pero Novais de Sampaio recebeu do Capitão-mor Nicoláo Falleiro de Vasconselos a concessão de 2 (duas) léguas de terras devolutas que iam do Outeiro das Piranhas até Enforcados. A intenção era a criação de gado, mesmo fato que motivou a doação de lotes naquele local a Dominguos Llorenso, sócio de Novais em outra cessão, e Dominguos Fiz (06/10/1606) e a Bernardo Correa Leitão (08/07/1623).(Ver sesmarias em FREIRE, 1891, p. 349-422)

Clodomir Silva (1920), que nas comemorações do centenário de Sergipe publicou seu Álbum, traz-nos valioso depoimento a cerca da “Conquista de Sergipe”. Certamente baseando-se em Antônio José da Silva Travassos, Silva traça um mapa desta incursão e também do domínio dos morubixabas em cada região da futura Capitania.

Partindo dele, vemos que após fundar a cidade de São Cristóvão, Barros continua “sua faina de conquistador”, indo à procura dos chefes indígenas que ainda não havia vencido. Assim sendo, encontra forte resistência do cacique Sergipe (Serigy), tendo no combate com este morrido o chefe Siriry e sendo aprisionado Serigy, que fará greve de fome na prisão, ato comum entre os naturais – afirma o autor. Já nos domínios de Siriry, Barros recebe a visita de Japaratuba, que pede paz, sendo seguido pelo seu irmão Pacatuba. Dali, segue o conquistador para o território de Pindahyba, onde é igualmente recebido com pedidos de paz. A partir daí, mostra-nos o Professor Clodomir, ficou “senhor de toda extensão do arraial da ermida de Santo Antonio do Aracaju, até além do riacho Tamanduá, ponto onde ficavam as terras do cacique Pindahyba, como já ficara de diversos pontos do sul”. (SILVA, 1920, p. 10)

Analisando-se este trecho e comparando-o com o mapa anexo ao texto, vemos que Enforcados localizava-se justamente entre os territórios dos morubixabas Siriry e Japaratuba e dentro da área conquistada por Cristóvão de Barros.

Desta maneira, entendemos que quando Laudelino Freire (1902), de quem provavelmente Severiano Cardoso copia a informação e chama a mesma de lendária, diz que Nossa Senhora das Dores “chamava-se antigamente Villa dos Enforcados, por terem sido enforcados em tempos remotos (grifo nosso) alguns gentios que habitavam naquela freguezia”, podemos associar estes “tempos remotos” ao período da “Guerra de Sergipe”, pois, quando Barros chega ás terras do finado Siriry, recebendo os chefes Japaratuba e Pacatuba, que foram pedir-lhe paz, certamente houve resistência a sua empreitada colonialista, a essa pacificação que seria benéfica aos portugueses, resistência esta que foi punida, exemplarmente, com a morte na forca.

Do holocausto indígena em Sergipe, durante ou pouco tempo após a “Guerra de Conquista” quando tem início a colonização e exploração do território, vem a origem do nome Enforcados, que apenas 16 (dezesseis) anos depois do fatídico 1590 já aparece mencionado em cartas de sesmarias, sendo aquelas “terras devallutas que numqua foram povoadas de branquos”.

Afinal, a situação do indígena de Sergipe não foi diferente do que com este ocorreu em todo o território que hoje chamamos Brasil, nem da América Latina, pois, como informou-nos Eduardo Galeano, estudioso dos problemas deste continente,

“Desterrados em sua própria terra, condenados ao êxodo eterno, os indígenas da América Latina foram empurrados para as zonas mais pobres, as montanhas áridas ou o fundo dos desertos, à medida que se entendia a fronteira da civilização dominante. Os índios padeceram e padecem – síntese do drama de toda a América Latina – a maldição de sua própria riqueza.” (GALEANO, 2002, p. 59)

Por tudo isto, entendemos que Enforcados tornou-se o símbolo da resistência do índio de Sergipe à “ambição colonialista” do europeu, resistência ao genocídio – a morte física – e ao etnocídio – a morte cultural -, resistência ao cativeiro, resistência à opressão, resistência esta punida com a morte exemplar na forca. Assim sendo, Enforcados é a representação fiel da História do Índio em Sergipe, e na América, História de séculos de exploração e marginalização, mas, também, História de resistência e insubordinação.


BIBLIOGRAFIA:

ABREU, Capistrano de. Capítulos de História Colonial, 1500-1800. 7. ed. Rev. anotada e prefaciada por José Honório Rodrigues. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Publifolha, 2000. (Grandes nomes do pensamento brasileiro).
CARDOSO, Severiano. “Lendas Sergipans”. IN: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (RIHGS). Aracaju, vol. XXI, nº 26, 1961, p. 87.
CARVALHO, João Paulo Araújo de. “‘Enforcados’ e a violência contra o indígena de ‘Cirigype’”. IN: Anais do VII Congresso de Iniciação Científica / XV Encontro de Iniciação Cinetífica PIBIC-CNPq/UFS; Sergipe, 2005. São Cristóvão, SE: UFS / PIBIC-CNPq, 2005. p. 422.
DANTAS, Beatriz Góis. “Os Índios em Sergipe”. IN: DINIZ, Diana Maria de F. L. Textos para a História de Sergipe. Aracaju: UFS / BANESE, 1991.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI Escolar. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2000. 4. ed. rev. ampliada. p. 422.
FIGUEIREDO, Ariosvaldo. Enforcados: o índio em Sergipe. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. (Coleção Estudos Brasileiros, v. 52).
FREIRE, Dr. Felisbelo Firmo de Oliveira. História de Sergipe (1575-1855). Rio de Janeiro: Typographia Perseverança, 1891
______. História territorial de Sergipe. Aracaju: Sociedade Editorial de Sergipe / Secretaria de Estado da Cultura / FUNDEPAH, 1995.
FREIRE, Laudelino. Quadro Chorográfico de Sergipe. Rio de Janeiro: H. Garnier, Livreiro-Editor, 1902.
GALEANO, Eduardo. “A Semana Santa dos índios termina sem ressurreição”. IN: As veias abertas da América Latina. Tradução de Galeano de Freitas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. p. 57 - 62.
NOVAIS, Fernando Antonio. “O Brasil nos quadros do Antigo Sistema Colonial”. IN: MOTA, Carlos Guilherme (org). Brasil em perspectiva. 20ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
RIBEIRO, Berta Gleizer. O Índio na História do Brasil. São Paulo: Global Editora, 1983.
SALVADOR, Frei Vicente do. História do Brasil (1500-1627). Belo Horizonte: Itatiaia, 1982.
SANTANA, Pedro Abelardo de. Da Bahia a Pernambuco no século 16: Viagens entre dois pólos da colonização do Brasil. Aracaju: UFS / SESC, 2003.
SILVA, Clodomir. Álbum de Sergipe (1820-1920). Aracaju: Estado de Sergipe, 1920.
SILVA LISBOA, L. C. Chorografia do Estado de Sergipe. Aracaju: Imprensa Official, 1897.
WYNNE, J. Pires. História de Sergipe (1575-1930). Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1970.

FONTES MANUSCRISTAS:

Acervo do Arquivo Público do Estado de Sergipe (APES):
- Pacotilha CM³ - 69 (Carta do Juiz de Paz - 30/11/1828);
- Pacotilha SS vol. 27 documento 07 (Comissão Eclesiástica 01/03/1836) e documento 13 (Assembléia Legislativa 22/01/1840);
- Pacotilha SS vol. 29 documento 37 (Assembléia Legislativa 25/05/1848);
- Resolução Provincial nº 491 de 28/04/1858.

Planta carnívora de Sergipe

Data: 20/11/2010 | De: Lizaldo Vieira

UTRICULARIA (Lentibulariaceae)
"Boca-de-Leão do banhado"
Centenas de espécies espalhadas pelo mundo inteiro fazem parte desse gênero. Normalmente, são classificadas como pertencentes à um dos seguintes grupos:
(1) terrestres,
(2) epífitas (crescem geralmente sobre galhos de árvores ou arbustos, e, algumas, dentro de bromélias),
(3) aquáticas afixadas (aquáticas, mas presas ao solo abaixo da água),
(4) aquáticas flutuantes (não presas à nenhum tipo de solo) e
(5) reofíticas (crescem sobre pedras de riachos, debaixo da água corrente).
Se bem que nem sempre se é possível classificar todas as espécies com exatidão, pois muitas são encontradas crescendo em condições de terrestres (sobre solo úmido) e também de aquáticas (mergulhadas, sob o nível da água).
Diferentemente da maioria dos gêneros de plantas carnívoras, as espécies deste (e também do gênero Genlisea) têm suas armadilhas escondidas, subterrâneas (no caso de terrestres). Talvez este seja um motivo do interesse por essas específicas plantas não ser tão grande quando comparado, por exemplo, à plantas dos gêneros Drosera e Nepenthes, que têm belas e bem aparentes armadilhas).
A beleza dessas plantas está nas flores, quase sempre minúsculas, produzidas sobre altas (em comparação com as folhas) hastes florais (mais de uma flor por haste).
Diferentemente das flores mais comuns, as deste gênero são zigomorfas. O cálice é formado por apenas duas sépalas; a corola é formada por dois labelos (pétalas fundidas) e a espora (um prolongamento do labelo inferior, em forma de chifre). A espora tem a função de armazenar o néctar para atrair agentes polinizadores (insetos). Eles precisam separar os dois labelos (normalmente usando o peso do corpo sobre o labelo inferior, baixando-o) para enfiar a cabeça ou língua dentro e então chupar o néctar.
Flor vista de lado
(no caso, de uma U. longifolia)

As flores de algumas espécies (por exemplo, U. longifolia, U. reniformis, etc.) lembram (no formato) as flores da popular "boca de leão".

Forma de crescimento de uma espécie terrestre
(no caso, a U. longifolia)
As folhas, geralmente muitas e diminutas, confundem-se com o mato ao redor. As espécies deste gênero não possuem raízes, mas sim estolhos (caules rente ao solo ou subterrâneos), rizóides (filamentos semelhantes à raízes, presentes normalmente apenas na base das hastes florais) e vesículas (folhas modificadas, as armadilhas propriamente ditas). As plantas se fixam ao solo ou substrato (se terrestre, epífita ou aquática afixada) através dos rizóides e estolhos.

As armadilhas são basicamente pequenas vesículas (bolsas) subterrâneas (ou submersas, no caso de espécies aquáticas), com uma "porta" e gatilhos e pêlos em seu exterior. Elas funcionam da seguinte forma: a presa inicialmente é incentivada por numerosos pêlos ramificados a nadar em direção aos gatilhos, ela encosta num deles, então subitamente é aberta a porta que dá acesso ao interior da vesícula. Como havia vácuo no interior desta, água próxima à entrada (e tudo o mais que estiver perto, incluindo a presa) é puxada para dentro numa velocidade incrivelmente rápida (maior que a velocidade do fechamento dos lóbulos da Dionaea). Tendo a vesícula ficado cheia de água, a "porta" é fechada. Tem início então a digestão, após a qual a vesícula será esvaziada para que possa voltar a capturar presas (note que é necessário que haja água em redor da vesícula, assim, as espécies terrestres necessitam de solo literalmente encharcado).
Armadilha
CULTIVO
Proteja de luz solar direta, mantenha o substrato encharcado (quanto às espécies aquáticas, melhor é cultivá-las em lagos ou aquários). A alimentação não é um problema, já que no substrato convencional (xaxim, sfagnum, etc.) existem micro-organismos que servem de alimento às plantas. Mantenha as espécies tuberosas (a maioria destas é epífita) e as de clima frio (do hemisfério norte) secas no período de dormência. Note também que muitas espécies, entre as quais boa parte das brasileiras, são anuais.
A propagação pode ser realizada por sementes, ou simplesmente dividindo a planta (no caso das terrestres, divida o torrão do substrato).
Uma praga que pode atacar espécimes deste gênero são os pulgões (eles ficam na superfície inferior das folhas). Um modo de combatê-los é deixar a planta infectada imersa em água por horas ou até dias, algo que não causa danos à elas. Por outro lado, não toleram inseticidas muito bem.

Planta carnívora de Sergipe

Data: 20/11/2010 | De: Lizaldo Vieira

Pesquisadores encontram planta carnívora rara em Sergipe
Legenda
Pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) que realizam expedição científica na Área de Preservação Ambiental Litoral Sul de Sergipe, Unidade de Conservação coordenada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente(UC/Semarh) encontraram durante coleta de espécies vegetais do estrato herbáceo e arbustivo do ecossistema restinga a Utricularia sp. (Letibulariaceae), de rara ocorrência no Estado de Sergipe.

A planta, conhecida popularmente como 'Planta Carnívora', foi identificada
A planta carnívora tem como principal função a habilidade de capturar pequenos animais e, através de enzimas digestivas, extrair compostos nitrogenados para seu próprio aproveitamento
18/11/2010 - 18:26

pela equipe de pesquisadores do departamento de Botânica da UFS, coordenada pela professora Ana Paula Prata.
A planta carnívora tem como principal função a habilidade de capturar pequenos animais e, através de enzimas digestivas, extrair compostos nitrogenados para seu próprio aproveitamento. De acordo com informações de Ana Prata, esse tipo de vegetal habita em solos pobres, encharcados e com pouca disponibilidade de nitratos, essenciais para a síntese da molécula de clorofila. "A Utriculária depende, por conseguinte, da molécula de nitrogênio contido nas proteínas dos animais que captura", explica a doutora.

Legenda
De acordo ainda com Ana Prata, as espécies encontradas da planta carnívora são basicamente aquáticas, a maior parte das folhas (senão todas) estão submersas, e extremamente modificada em filamentos muito curtos e ramificada. "Em alguns pontos destes filamentos, encontram-se câmaras vazias, seladas por uma válvula e guarnecidas por pêlos. Larvas ou animais planctônicos, ao encostarem-se a estes pêlos, a referida válvula se abre e uma súbita corrente de água carrega o animal para dentro destas câmaras, onde são digeridos", completa a bióloga.
Para o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Genival Nunes, a pesquisa desenvolvida na Apa Sul é importante por explorar o tipo de vegetação ali existente, e com isso, elevar o nível quantitativo e qualitativo de espécies de cada região. "A Letibulariaceae, conhecida como vegetação carnívora, é rara no Estado e se não fosse a realização de relevantes pesquisas como essas não saberíamos que a planta estaria aqui", salienta.
Pesquisadores
Além da participação da doutora Ana Paula Prata nas pesquisas realizadas na Apa do Litoral Sul, participam também a doutoranda Marta Farias, alunos do curso de graduação em biologia e ainda o coordenador da Apa Sul, o biólogo Paulo César Umbelino.
Apa Sul
A Unidade de Conservação APA Litoral Sul é uma área compreendida entre a foz do Rio Vaza Barris e a desembocadura do Rio Real, com cerca de 55,5 km de costa e largura variável de 10 a 12 km, do litoral para o interior. Abrange os municípios de Itaporanga D'Ajuda, Estância, Santa Luzia do Itanhy e Indiaroba. Inserem-se nesta APA as praias mais habitadas do Estado, destacando-se a Caueira, Saco e Abais. Observam-se também as maiores áreas de restingas arbóreas, manguezais e manchas mais preservadas de Mata Atlântica.
As unidades de conservação são espaços territoriais ricos em recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivos de conservação, com limites definidos, sob regime especial de administração. Instituídas pelo poder público, as UCs podem se localizar em áreas públicas ou privadas. Podem ser federais, estaduais e municipais e, de acordo com a possibilidade de interferência humana no meio, são divididas em dois grandes grupos: unidades proteção integral e unidades de uso sustentável.
Fonte: Semarh

Planoiretor de aracaju

Data: 19/11/2010 | De: Lizaldo Vieira

Plano Diretor revisado chega à Câmara, mas só será votado em 2011
O documento foi entregue na manhã desta sexta-feira, 19 pelo prefeito Edvaldo Nogueira na sala da Presidência da Câmara de Vereadores
19/11/2010 - 11:43

Momento da entrega do Plano Diretor revisado (Fotos: Portal Infonet)
“Talvez se a revisão do Plano Diretor da Cidade de Aracaju tivesse chegado à Câmara Municipal no início do ano, seria discutido no calor das eleições, na paixão. Sei que haverá conflitos, porque tem diversos interesses, mas no próximo ano será uma discussão mais racional. Há tempo para tudo, para plantar e para colher”.
Foi o que afirmou o prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB), ao fazer a entrega do plano revisado ao presidente daquela Casa, vereador Emmanuel Nascimento (PT) na manhã desta sexta-feira, 19.
Segundo o prefeito de Aracaju, as pessoas costumam afirmar que Aracaju não possui um Plano Diretor. “Isso não é verdade. Ele existe desde a administração João Augusto Gama e é um bom Plano, mas a Lei Orgânica determina que seja feita uma revisão à cada cinco anos e é essa

Dulcival Santana, presidente do Condurb
revisão que seu estou trazendo para que os vereadores aprovem. Foi um debate que durou quase um ano, mas estamos trazendo ainda o Código de Meio Ambiente, que foi incorporado. Esse é um grande momento para a vida urbanística da nossa cidade. Vai dar uma nova visão de desenvolvimento”, acredita.
Mobilidade
Na ocasião, Edvaldo Nogueira anunciou que meados do próximo ano, estará entregando o Código Municipal de Mobilidade Urbana. “Vamos começar a elaborar o Código de Mobilidade e até Junho de 2011 estaremos trazendo para ser apreciado e votado pelos vereadores. Precisamos enfrentar o problema do trânsito em Aracaju, que está crescendo e enfrenta problemas de engarrafamento e precisa de solução”, destaca o prefeito.


Sem pressa
Ao receber o Plano Diretor, o vereador Emmanuel Nascimento agradeceu ao prefeito e lembrou que os colegas estavam cobrando a chegada o PD há muito tempo.

José Firmo: Vamos começar uma nova etapa"
“Agradeço em nome dos vereadores que cobravam a entrega do Plano Diretor. Vou passar uma cópia a cada um deles e quero dizer aqui que não votaremos esse ano, pois não podemos votar com rapidez, mas com responsabilidade, ouvindo o povo de Aracaju, os moradores da Zona de Expansão, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Conselho Regional de Engenharia (Crea), o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon)”, enfatiza Emmanuel Nascimento.
Adequações
O presidente do Conselho de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (Condurb), Dulcival Santana, falou sobre o processo de revisão do Plano Diretor. “É um trabalho minucioso. Foi feita a revisão ortográfica de março de 2009 a fevereiro de 2010. Foi preciso adequar a Lei Orgânica à cidade. Tem que pensar no

Lizaldo: "As audiências públicas são imprescindíveis"
crescimento da cidade, mas ficou muito bom”, ressalta Dulcival Santana.
Fórum
Os representantes do Fórum em Defesa de Aracaju, José Firmo e Lizaldo Vieira, acompanharam a entrega. “Foi uma luta árdua até o Plano Diretor chegar aqui na Câmara. Agora nós que fazemos o Fórum, começaremos uma nova etapa, ultrapassamos a do Condurb, a demora na entrega, mas realmente ficou melhor.
Essa etapa agora é discutir como ficará o Plano definitivo, acompanhar as emendas e defender a participação da população nas discussões. É preciso que os vereadores aprovem um Plano Diretor que respeite as particularidades da cidade que é muito sensível às ocupações, possui dunas, lagoas”, entende José Firmo.
“As audiências públicas serão imprescindíveis, importantes para que a população possa discutir o que for melhor para a cidade. As audiências não devem ser necessariamente na Câmara, mas nos bairros”, acredita Lizaldo Vieira.
Por Aldaci de Souza

Poema

Data: 18/11/2010 | De: Lizaldo Vieira

Chato mundo - Lizaldo Vieira

Louco mundo
Se canta
Desencanta
Fico calado
Meus males permanecem
Quando deito
Rolando ficas
Se o tempo ta feio
Bom pra dormir
Planejo tomar banho de mar
Se vou pro mato sem cachorro
Almejo pegar boi voando
Vejo o câncer nas bocas
Observo todos fumando
Ignoro a camisinha do amor
Enquanto o mundo inteiro vai abortando
Enfim
É a vida
Na lida
Pra uns ta muito bom
Ta tudo muito bem
Pra outros ta tudo mau
Ta tudo muito ruim
E a gente vai dançando
Conforme o toque
E ficando
Ás duras penas
De Pansa cheia de gazes
E com cara de tacho
Perdidos na multidão
Atrás do trio elétrico

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