poema - sobre o rio sergipe

Data: 16/12/2013 | De: lizaldo


Até quando as quatro bocas vão engolir - Lizaldo Vieira
Panelas
Penico
Prato velho
Restos da civilização
Bosta e pipi
"Com as pedras que atirarem
Ei de construir um altar"
Mais é muita humilhação
Destruição absurda
Mata tudo
Aos montes desregrada
De for desmedida desmedida
Pôe fim ás regras da natureza
Impurificam as águas
Semeam a desgraça
Ateram o leito sem dó
É demais mais
Para a consciência de um mortal
Ter que engolir seus restos
Sua raiva
E tirania
Seu mal gosto
Seus esgotos
Teus venenos
Sacanagem pura
Triste sina do meu siriipe
Morrer por esses lixos
Não vale a pena
Rio de tamtas histórias
De muitas glórias
Lentamente reclama
De tanto desamor
Por tantas pedras mortais
Entupindas as vias
Os canais
Águas de marça
Marés de março
Por quais ondas navegarão
Praia formosa
Podre de merda
Envenenando vidas marinhas
Porque tanta arrogância
Intolerância ambiental
Chega de olhos gordos
O rio tá morrendo
Morto por maldito lobe
De empreiteiras
Essas manipulações do tinhoso
De tantos e quantos malandros
Servirão para enganar os tolos
Inimigos confessos de gaia
Até fazem a festa satânica
Em dias fora de época
Penteam a bruxa
Sacodem a tempesatde
Como lavrar
Regar a terra
Se a gota por gota
Tá tudo podre
Semear esperança
Descer nas cachoeiras
Irrigar a pastagem
Lavas roupa
Limpar a louça
Pescar o marisco
Ser navegável
O Rio Sergipe não tá pra peixe
Virou penico da construção civil
Praga daninha
Abjeta
Nociva
Imbecil
Deposito de lixo não podia ser aqui
A vida marinha
Anda tonta
Em desatino
Arrasta-se combalida
Feito cobra pelo chão
Depois da pancada
Nadando na contra mão
Os olhos gordos do “progresso “
Purificar
Salvar da morte precoce
Não se pensa
Só ideias insanas avançam
São mais fortes
Preferem a morte
Má sorte
Esgoto sem tratamento
De tudo ruim
Jogam lá dentro
Ainda reclamam da mata ciliar
Que sobrará para proteger o continente
Das ondas gigantes
Depois de tantas lambanças
Descrente largam a toalha
E valentes reagem com força e pudor
Salve o Rio Sergipe desse calvário
De bruxas e sanguinários
Antes que as águas serenas
Se voltem contra o sistema
Faminto de mais varia
Sem pudor
Sem poesia
Ainda bem que meu velho Serigi
Não tá mais por aqui
Pra ser humilhado
Com esse mar de desesperança
Que banha a nossa freguesia
Tanto de noite
Quanto ao dia

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