poesia

Data: 22/12/2010 | De: lizaldo viera

Então é natal – por Lizaldo Vieira

ENTÃO é natal
E o que voce faz
Seja ele do mundo das neves
No carrinho de trenó
Ou nas favelas mais ignavas
Ver árvores sintéticas
Cidades
Lugarejos
Em festa
Enfeitadas de bolinhas coloridas
Na praça
Na sala de estar
Um homem de barbas compridas
Balança a Pansa
Vestido de vermelho
Carregando um saco ás costas
Pra lá e pra cá
No papel de idiota
Gritando ou-hou-hou
Fachadas de edifícios
Casas
Janelas paramentadas
Cheias de luzes
Piscando
Igual aos bales de discotecas
Dos tempos da brilhantina
Belas frases de efeito
Enfeitam
Cartões postais
Entupindo os correios
De sonhos perdidos
E “enchendo” o saco do pobre carteiro
De árvores cortadas
Queimadas
CONTRIBUIÇÃO
Paro o aumento do aquecimento global
Emails eletrônicos
Contaminados de vírus
Entupindo computadores
O alto apelo
Da propaganda enganosa
Induzindo ás compras
No comercio como se fosse mar de rosas
Então
Já é natal
Do tudo vele apena
No mundo de almas pequenas
Enquanto o maior
De todos
Faz-se grande
Na pequenez de sua simplicidade
VINDO NASCER
No mundo do pecado e dos pecadores
Em uma manjedoura
Rodeado de animais
Igualando-se
Às viúvas da seca nordestina
Aos meninos e meninas
De rua
Aos assalariados
Famintos de sonhos
E direitos
Descamisado
Sem teto
Sem terra
Sem trabalho
Sem respeito
Aos desamparados da “sorte”
Descalços
Desanimados
DESCONFIADOS
Então
É natal
E o que você
Faz
Pra por um ponto final
Pra tudo ISSO desmistificar
Quando de cara
Deparamo-nos com fracos
E oprimidos
Fingidos que somos
Simplesmente falamos
Feliz natal
Ou hou-hou ‘
E lá vamos nós coloridos de contentes
Dormir com um barulho desse

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