Natal

Data: 30/11/2010 | De: Lizaldo Vieira

Então é natal - por Lizaldo Vieira

ENTÃO é natal
Ver árvores sintéticas
Cidades
Lugarejos
Em festa
Enfeitadas de bolinhas coloridas
Na praça
Na sala de estar
Um homem de barbas compridas
Balança a Pansa
Vestido de vermelho
Carregando um saco ás costas
Pra lá e pra cá
No papel de idiota
Gritando ou-hou-hou
Fachadas de edifícios
Casas
Janelas paramentadas
Cheias de luzes
Piscando
Igual aos bales de discotecas
Dos tempos da brilhantina
Belas frases de efeito
Dos cartões postais
Entupindo os correios
De sonhos perdidos
E “enchendo” o saco do pobre carteiro
De árvores cortadas e queimadas
Paro o aumento do aquecimento global
Emails eletrônicos
Contaminados de vírus
O alto apelo
Da propaganda enganosa
Induzindo ás compras
No comercio
Então
Já é natal
Do tudo vele apena
No mundo de almas pequenas
Enquanto o maior
De todos
Faz-se grande
Na pequenez de sua simplicidade
VINDO NASCER
No mundo do pecado e dos pecadores
Em uma manjedoura
Rodeado de animais
Igualando-se
Às viúvas da seca nordestina
Aos meninos e meninas
De rua
Aos assalariados
Famintos de sonhos
E direitos
Descamisado
Sem teto
Sem terra
Sem trabalho
Sem respeito
Aos desamparados da “sorte”
Descalços
Desanimados
DESCONFIADOS
Então
É natal
E o que você
Faz
Pra por um ponto final
Pra tudo ISSO desmistificar
Quando de cara
Deparamos-nos com fracos
E oprimidos

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